?️? Este ano, iniciamos o projeto “Gênero e sexualidade nos processos criminais e midiáticos: violências e permanencias” ao lado da USP, UFRGS, UNB, UFU e UFMG. A pesquisa, financiada pelo CNPq, fará análise de processos criminais e da repercussão midiática de crimes relacionados a genero e sexualidade.
?️??️⚧️? O objetivo da pesquisa é mapear a produção de gênero e expressões da sexualidade nos dados oficiais de processos de violação e violência sexual nos documentos do sistema de justiça e segurança pública de cada uma das cinco regiões do país, refletida também nas produções midiáticas acerca dos homicídios consumados e tentados, lesão corporal, encontro de corpo, especialmente aqueles que poderiam estar na gramática jurídica do feminicídio e LGBTfobia.
Partimos do princípio que estas produções de dados, informações e imagens, em uma articulação dos dispositivos jurídicos e midiáticos, forjam definições, ideias e convenções sociais sobre o que vem a ser identidades de gênero e expressões da sexualidade, constituindo realidades sobre o corpo sexuado e sobre a própria violência sexual. Neste sentido, olhar criteriosamente para esta produção, analisá-la e caracterizá-la, tornando-a visível, acessível e categorizável nos parece ser de extrema relevância social e científica para compreensão de processos de criminalização, patologização e deslegitimação desse tipo de violência no país. Nossa hipótese central é que a produção de informação, registros oficiais de dados criminais e materialização de comunicação pelos processos midiáticos criam e legitimam processos criminalizadores e patologizadores do gênero e das sexualidades bem como forjam a violência sexual e seus efeitos.
??? O foco central da investigação será compreender como os registros documentais das peças procedimentais da segurança pública e do sistema de justiça de 5 a 7 estados de todas regiões do país, difundidos, legitimados e relacionados pelas produções midiáticas materializam expectativas sociais de concepções sobre gênero e sexualidade, muitas vezes construindo chaves de leitura e argumentos que criminalizam e patologizam corpos e experiências da diversidade, antes mesmo da análise dos fatos ou durante os processos investigativos. Para tal, analisaremos boletins de ocorrências bem como produtos midiáticos.