Laís Figuerôa, de 30 anos estudante de Educação Física na faculdade Estácio de Sá,unidade Prado vem sofrendo há mais de um ano ameaças por um estudante de sua turma na faculdade onde estuda, por causa de sua orientação sexual.
Laís conta que as provocações começaram em agosto do ano passado quando, em uma aula, um professor citava o exemplo de uma escola onde os alunos do sexo masculino poderiam ir a aula de saia, se quisessem. “Foi quando esse menino disse que se fosse seu filho, ele o matava. Eu me posicionei dizendo que era preconceito, e perguntei como ele tinha coragem de falar isso comigo presente. A partir daí, a perseguição começou”, lembra.
O estudante passou a deixar bilhetes na moto de Laís, com mensagens lesbofóbicas e ameaças de estupro. Além disso, Laís passou a receber e-mails e mensagens no Facebook de um perfil “fake” com as mesmas ameaças e ofensas homofóbicas. No último sábado (18), a aluna se deparou com a sua foto no banner de formatura pregada na parede da faculdade escrito “aberração” em cima. “Foi tirado um direito meu de ter a minha foto de formanda na parede. Ele faz duas matérias comigo aos sábados e sempre que estamos no mesmo lugar eu sinto pânico. Ele é um cara grande, é homem, eu tenho medo todos os dias de que algo aconteça comigo”, conta.
Em contato com a coordenação do curso ela recebeu apenas a resposta de que a instituição não poderia fazer nada, apenas palestras sobre o assunto, o que também nunca foi feito. Em outra ocasião, a reitoria chegou a pegar o telefone de Laís, mas nunca entrou em contato para tratar sobre o assunto. Quando a aluna falou com professores sobre o caso, ela recebeu a resposta de que isso não era problema da faculdade e que ela deveria resolver diretamente com o aluno.
Por meio de nota, a faculdade Estácio de Sá informou que repudia “qualquer forma de manifestação discriminatória”. Veja a nota na íntegra:
“Além do compromisso em formar alunos preparados para o mercado de trabalho, está entre suas missões formar cidadãos conscientes do seu papel transformador na sociedade.
Assim que a Estácio tomou conhecimento dos episódios, prontamente entrou em contato com os envolvidos e agendou uma reunião para apuração dos fatos, a fim de tomar as providências administrativas que são cabíveis a uma instituição de ensino, referentes a qualquer evento ocorrido dentro das instalações da Estácio”.
Lais teve que percorrer diversas delegacias para conseguir registrar um boletim de ocorrência, o que demonstra também o despreparo da policia para lidar com as vitimas de lgbtfobia.
Com a omissão da faculdade, Laís encontrou apoio nos colegas de turma, amigos e movimentos feministas. Um abaixo-assinado foi feito para pedir que a instituição tome providências em relação ao estudante e já conta com mais de 6500 assinaturas até a tarde desta quinta-feira (23).