A pesquisa busca investigar a inclusão de estudantes transgênero em duas das principais faculdades para mulheres nos Estados Unidos da América, compreendendo as particularidades históricas das instituições, e as diferentes disputas políticas envolvidas nos processos de negociação das novas políticas de admissão. Desde o surgimento, no século XIX, enquanto seminários religiosos, estas faculdades percorreram diversas mudanças sociais, políticas e institucionais, que colocaram em xeque suas tradições, missões, e principalmente o que se define enquanto “mulher”.
Pretende-se, então, analisar como as categorias marcadoras de gênero se tornam alvo de disputa dentro destas instituições através das falas da administração e de estudantes sobre o processo de mudança das políticas de admissão e a vida dentro dos campi. Também é questionado como a presença de pessoas trans nas faculdades para mulheres (sendo homens, mulheres e pessoas não-binárias) desestabiliza as noções essencialistas de gênero e as reividicações por espaços de protagonismo feminino enquanto estratégias de redução das desigualdades, e se procura pensar quais as possíveis consequências disso para estas lutas políticas. Traçando um breve pararelo com a história das faculdades historicamente negras americanas, tentamos entender como estas se reorganizam após o movimento pelos direitos civis na década de 1960 e compreendem suas missões de maneira a criarem ambientes de efetiva desconstrução e enfrentamento das desigualdades raciais, mesmo com a presença de pessoas não-negras dentro das salas de aula.
Essa pesquisa tem como objetivo fomentar o debate sobre inclusão, visando pensar estratégias para o enfrentamento das desigualdades de gênero que ultrapassem os obstáculos impostos pela atual conjuntura sociopolítica.
EQUIPE:
Prof. Dr. Marco Aurélio Máximo Prado
Antônio Augusto Lemos Rausch (Bolsista de Iniciação Científica)