No dia 1º de dezembro comemora-se o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Esse dia é importante para conscientização sobre o vírus HIV, as formas de preconceitos aliadas historicamente a AIDS e tem como um dos principais objetivos disseminar informações sobre métodos de prevenção contra esse vírus. A prevenção ao vírus HIV deve considerar ambas dimensões biomédicas e sociais da AIDS.
Com o registro do aumento no número de infectados pelo HIV nos últimos anos, surgiram questionamentos acerca da eficácia das formas tradicionais de se evitar a infecção pelo vírus da AIDS. No ano passado começou a ser testado o remédio Truvada, que parece ser muito eficaz no controle da transmissão do vírus. Para prevenir a infecção pelo vírus HIV, essa prática ficou conhecida como Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e foi incentivada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Tão logo iniciou-se essa prática preventiva, o consumo do remédio causou várias polêmicas. Uma delas, voltada para a saúde, seria o risco da diminuição do uso da camisinha e contaminação por outras DSTs. Outra, mais ligada às demandas dos movimentos sociais, seria a de que essa resposta biomédica não dá conta de toda a questão do HIV, que é também um desafio social, cultural e político. Por existir todo um imaginário estigmatizante contra as pessoas soropositivas, o medo e o moralismo, seja por parte da sociedade, seja por parte das políticas públicas, não são as formas de se encarar a questão, principalmente entre as camadas mais jovens.
Assim, como esse conjunto de novas tecnologias preventivas está sendo recebido pelas populações mais vulneráveis à infecção pelo HIV, como a população LGBT? De que forma elas concebem modelos de prevenção que levem em conta os sujeitos inseridos em contextos sociais variados? As novas tecnologias de prevenção representam novas esperanças em tempos de AIDS? Quais são as implicações com a adesão a tratamentos e medicamentos e as experiências brasileiras ? Qual a relação com a indústria farmacêutica e as políticas sociais que está implicada nesse tipo de processo preventivo? Essas e outras questões devem ser abordadas por nossos convidados e convidada para fomentar o debate e a conscientização.
Para debater essas questões, teremos como convidadxs:
Beto de Jesus (ILGA/SP)
Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex
Ana Paula Silva (Projeto Horizonte/UFMG)
Projeto de pesquisa, intervenção educativa e prevenção à AIDS
Rafael Pinheiro (Mediador)
Mestrando em Sociologia pela UFMG
O evento será no dia 05 de dezembro (sexta-feira), às 18h30 no CentoeQuatro (Praça Ruy Barbosa, 104 – Centro, BH). A entrada é franca.