Pesquisa divulga dados sobre a violência conta população trans no Brasil: o país que mais mata travestis e transexuais em todo o mundo.
Em seis anos, de 2008 a 2014, 604 travestis e transexuais foram assassinadas no Brasil, que se tornou o país mais transfóbico do mundo. Os dados foram divulgados pela organização não governamental Transgender Europe, rede europeia de organizações que apoiam os direitos da população transgênero.
Os números vão ao encontro do relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil, publicado em 2012, pela Secretaria de Direitos Humanos, que registrou ao menos 3.084 denúncias de violações relacionadas à população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros), envolvendo 4.851 vítimas.
Naquele ano, os números apresentados pelo relatório mostravam que 71% das vítimas era do sexo masculino e 20% feminino. Entre as denúncias, crimes de violência psicológica foram reportados por 83,2% do total, seguidas por discriminação, com 74% e violência física com 32,68%.
Lesões corporais foram as formas de violência mais registradas por 59,35% das denúncias, seguidas por maus tratos, segundo 33,54% dos registros. Tentativas de homicídios totalizaram 3,1%, com 41 ocorrências, enquanto assassinatos contabilizaram 1,44% das denúncias, com 19 ocorrências. Além do Disque Denúncia, o relatório também levou em conta, ainda, notícias publicadas em veículos de comunicação.
Ainda em 2012, segundo o levantamento, foram noticiadas 511 violações contra a população LGBT: 310 homicídios. Neste quadro, travestis foram as maiores vítimas de ataques, em 51,68% do total, seguidos por gays (36,79%) lésbicas (9,78%) e bissexuais (0,39%).
Sobre os diferentes tipos de ataque registrados, a violência física foi a mais relatada, com 74,56%; seguida pelas discriminações (8,02%), violências psicológicas (7,63%) e violência sexual (3,72%).
Entre as violências físicas, os homicídios são os mais noticiados, com 74,54%, seguidos por lesões corporais (10,76%), latrocínios (6,82%) e tentativas de homicídio (7,87%). De acordo com o documento, 54,19% das vítimas eram do sexo masculino e 40% eram travestis. Confira os resultados completos da pesquisa.
(Fonte: Catraca Livre)