No dia 17 de maio é celebrado o Dia Internacional Contra a Homofobia. A data lembra o dia em que a homossexualidade foi excluída da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde, pois era considerada até então como transtorno mental. A homofobia pode ser definida como o medo, a aversão ou o ódio irracional por motivo de condição sexual ou de identidade de gênero.
Em todo o mundo, o dia será marcado por atividades de protesto, de denúncias das violações dos direitos das populações LGBT e de exigências de políticas públicas e de combate à violência contra LGBT.
Em Belo Horizonte, um dia antes, diversos movimentos sociais organizarão um ato no quarteirão fechado da rua Rio de Janeiro com a Praça Sete.
O evento acontecerá no sábado, dia 16 de maio, com início às 14h, com oficinas de cartazes e pronunciamentos dos representantes de movimentos sociais de Minas Gerais contra a LGBTfobia. Às 16h será realizada uma caminhada até a Praça Raul Soares onde o ato será encerrado, às 19h. Participe!
Leia abaixo o Manifesto da II Marcha Mineira contra a LGBTfobia em BH:
O ano de 2014 foi tenebroso para a população LGBT brasileira. Segundo o Grupo Gay da Bahia, foram registradas 326 mortes em decorrência da homofobia, um aumento de 4% em relação a 2013. Isso significa que, a cada 27 horas, uma pessoa foi assassinada no país por discriminação de identidade de gênero e/ou de orientação sexual. Minas Gerais aparece em posição de destaque neste ranking infeliz. Aqui, foram mortas 30 pessoas, garantindo o segundo lugar ao Estado, atrás apenas de São Paulo, que registrou 50 mortes. De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a cada hora um caso de violência contra pessoas LGBTs é registrado no país. Este dado deve ser muito maior, já que a maioria dos casos não é denunciada.
O grande responsável por estas violências e mortes é o discurso de ódio produzido por alguns políticos e líderes religiosos, além de sua reprodução por formadores de opinião. Este discurso se manifesta na elaboração de leis que buscam esconder a diversidade sexual e familiar como, por exemplo, o projeto de lei do Estatuto da Família, que deseja considerar família apenas a união entre homem e mulher. O discurso também se manifesta no dia-a-dia, a partir de xingamentos ou repreensões à afetividade das pessoas LGBTs, resultando numa liberdade para a violência contra as pessoas, em especial contra travestis e transexuais.
Nós resistimos e lutamos! Por isso em celebração ao dia 17 de maio – Dia Internacional contra a Homofobia – estamos nas ruas para denunciar as mortes e outras violências sofridas pelos LGBTs, além de exigir a implementação de políticas públicas que ajam em promoção da cidadania plena da população LGBT. Não aceitaremos retrocessos como a redução da maioridade penal que visa apenas encarcerar a juventude preta e pobre; como o projeto de lei da terceirização que amplia a precarização do trabalho a nós destinada; e como o ataque à autonomia do Conselho Nacional de Diversidade Sexual. Continuaremos lutando pela despatologização das identidades trans e travestis e pelo uso do nome social ou do banheiro de acordo com a identidade de gênero por transexuais e travestis, bem como pela criminalização da homolesbobitransfobia.
A organização do ato do Dia Internacional Contra a Homofobia em Belo Horizonte é conjunta entre o Cellos-MG, Cellos-Contagem, e membros do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT (NUH), do UNA-se contra a Homofobia (UNA), do Movimento ITA/LGBT e do Fórum Minas LGBT, do Núcleo de Diversidade de Gênero e Sexualidade do PSOL-BH, Moocah, Igreja da comunidade Metropolitana, artistas, Coletivo Batalho (UFOP Mariana), Coletivo Bixchaço (UFOP Ouro Preto), Movimento Gay de Divinópolis, Movimento Gay e Simpatizantes do Vale do Aço (MGS-Ipatinga), Movimento Gay de Minas (Juiz de Fora), Movimento Gay de Betim, Associação Homossexual de ajuda mútua (SHAMA-Uberlândia), movimento LGBT de Sete Lagoas, Rede Afro LGBT de MG, Instituto Brasileiro de Transmasculinade (IBRAT-MG), Articulação de Travestis e Transexuais (Antra), além da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).