A Comissão de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (CCSHS/Abrasco) realizará seu 7º Congresso, que acontecerá na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), na capital do estado, em Cuiabá, no período de 09 a 12 de outubro de 2016, tendo como tema central “Pensamento crítico, emancipação e alteridade: agir em saúde na (ad)diversidade”.
O tema central do encontro expressa as preocupações de pesquisadores do campo das Ciências Sociais e Humanas em Saúde com a atual situação, extremamente complexa e desafiadora, de “sermos sociedade”, e decorre da reflexão sobre a pluralidade de experiências sociais nos seus mais diferentes níveis e sobre os respectivos contrastes e tensões que carregam no contexto contemporâneo e que se expressam na vida de pessoas e coletividades.
O Congresso pretende reunir pesquisadores, docentes, profissionais, estudantes de pós-graduação e graduação nas áreas de ciências humanas e sociais voltadas para a saúde e participantes de movimentos sociais envolvidos .
Pretende-se incentivar o debate, a reflexão e o enfrentamento dos desafios teóricos e práticos colocados para esta área no contexto contemporâneo. Nesta sétima edição, a CCSHS/Abrasco segue reafirmando seu compromisso com a vida, buscando encontros que produzam novas possibilidades de pensamento. Serão muito bem-vindos aqueles que querem pensar, debater, construir e refinar a nossa ampla participação no campo da saúde e no desenvolvimento da Saúde Coletiva brasileira.
Prazos, datas e demais informações iniciais:
Para prosseguir com o modelo adotado nas últimas realizações e corroborar o processo de construção coletiva do 7º CBCSHS, a Comissão convida os interessados a formarem grupos temáticos (GTs) para o evento. São os GTs que promovem as discussões temáticas do evento e sistematizam, agrupam e realizam as sessões de comunicação dos trabalhos submetidos ao Congresso – verdadeiras peças-chave para o sucesso e a qualidade do evento. As propostas devem ser encaminhadas até 15 de março por meio de formulário eletrônico.
Os interessados devem elaborar ementa com até 300 palavras contendo objetivos e justificativa que expresse a relevância da proposta e potencial de contribuição para o campo das CSHS; apresentar público-alvo da temática sugerida e indicar até três (03) nomes para a função de coordenadores, sendo que necessariamente um deles deve possuir título de doutor e ter experiência no campo das Ciências Sociais e Humanas em saúde.
Serão valorizadas propostas que promovam prioritariamente o diálogo inter-regional, seguido do diálogo inter-institucional e interdisciplinar, levando em conta também as interfaces entre sociedade civil/movimentos sociais, gestão e práticas cotidianas dos e nos serviços de saúde.
O prazo para envio de propostas para GTs é até 30 de maio às 21h pelo site: http://www.cshs.com.br/
Uma vez aprovado o GT, será responsabilidade dos coordenadores indicar lista de revisores dos trabalhos a serem avaliados e/ou selecionar a partir de nomes já existentes no banco da Abrasco; coordenar o processo de avaliação dos trabalhos submetidos ao GT, monitorando o cumprimento de prazo pelos avaliadores ad hoc indicados; e elaborar planilha final dos trabalhos aprovados, indicando as sessões de comunicações orais e comunicações breves para os três dias de evento.
A construção do GTs visa também a experimentação de novas formas de organização e de financiamento do próprio congresso, dado o compromisso político de independência e de autonomia da Abraso frente às grandes corporações e grupos de interesses – sejam estatais ou privados – e ao próprio quadro econômico vivenciado por toda a sociedade. As propostas devem buscar formas de auto-financiamento, uma vez que não é possível garantir que haverá custeio de passagem e hospedagem para os coordenadores de GTs.
Sobre o GT Ativismos interseccionais em gênero, sexualidade e saúde:
O GT pretende reunir trabalhos que articulem as temáticas de gênero, sexualidade e saúde, nas formas contemporâneas de ativismo, seja na constituição de movimentos sociais, na realização de protestos com fins variados, ou em engajamentos individuais. Justificativa: Nos últimos anos, algumas mudanças no cenário político incrementaram a discussão em torno das temáticas de gênero, sexualidade e saúde.
O aumento de coletivos ou perspectivas feministas em distintas lutas sociais (a exemplo, das práticas ciberativistas) fizeram analistas caracterizarem o momento no Brasil como uma “primavera feminista”. Ao mesmo tempo, o avanço de pautas conservadoras, tanto em espaços institucionais como na mídia e nas redes sociais da internet, vem definindo o pleito LGBT como “o grande inimigo da nação”. Essas duas bandeiras de luta vêm mirando uma gama mais ampla de direitos e políticas sexuais (aborto, educação sexual nas escolas, HIV/Aids etc.).
A esse cenário, soma-se o atual decréscimo do financiamento estatal das ONGs e suas consequências desestabilizadoras, assim como o desgaste dos canais de interação socioestatais. Por último, observa-se que temas variados e complexos como medicalização, qualidade de vida, patologização de identidades sociais; saúde como direito social; acesso e qualidade da atenção à saúde (na rede pública e privada); divulgação científica, entre outros fatores, se interseccionam em distintos campos de pesquisa e contextos sociais.
Objetivos:
1) entender como as temáticas de gênero, sexualidade e saúde tem sido incorporadas e articuladas nas formas contemporâneas de ativismo; 2) aprofundar o conhecimento do processo de institucionalização/desinstitucionalização da luta política nos campos do gênero, sexualidade e saúde; 3) explorar as multiplicidades de expressões, dispersões e recorrências das práticas (movimentos) ciberativistas; 4) compreender as matrizes teóricas, políticas e metodológicas das práticas (movimentos) ciberativistas; 5) explorar as intersecções de “lutas políticas” com temas como medicalização, direitos humanos, divulgação científica, serviços de saúde, “identidades biológicas”, biopoder, entre outros.
Coordenadores:
Mario Felipe de Lima Carvalho (IMS/UERJ); Claudia Carneiro da Cunha (IMS/UERJ); Tatiana Lionço (IP-UnB)
(Fonte: www.cshs.com.br)